quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO.

Origem da Terra: Aproximadamente 4,5 bilhões de anos atrás.
São duas as teorias sobre a origem da Terra:
Origem quente: A origem do planeta se deu pelo resfriamento de esferas quentes desprendidas do Sol.
Origem fria: Esta teoria é a mais aceita atualmente e diz que o planeta Terra se originou pela aglutinação, através da gravidade, de gases e poeira. O interior quente seria explicado por violentas reações nucleares ocorridas no interior do planeta.


Composição da Terra

Crosta ou Litosfera: Espessura 40-70 quilômetros. / Composição principal: basalto e granito / Densidade: 2,8g/cm³

Manto: Espessura: 2870 quilômetros / Temperatura: 1500ºC / Composição: silicatos e ferromagnésios (silício, ferro e magnésio) / Densidade:4,6g/cm³
Núcleo: Espessura: 3480 quilômetros / Composição: níquel e ferro / Densidade: 10,6g/cm³ / temperatura: 5000°C

Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/planetas/estterra.jpg
Rochas:
Rochas são classificadas como associações de minerais que, devido a eventos geológicos, acabam ficando intimamente unidos. Assim temos a seguinte classificação dos tipos de rochas:

Rochas ígneas ou plutônicas: Surgem a partir do resfriamento do magma. Quando o resfriamento ocorre no interior da Terra, são chamadas de intrusivas ou plutônicas (ex: granito) e quando ocorre na superfície temos rochas extrusivas ou vulcânicas (ex: basalto).

Rochas sedimentares: Surgem pela agregação de materiais acumulados nas diversas áreas de sedimentação da superfície terrestre. Podem ser classificadas em: dentríticas (agregação de fragmentos de outras rochas, exemplo: arenitos e sienitos) e químicas (resultam da agregação de sedimentos, provenientes da dissolução químicas de outras rochas ou até de materiais orgânicos. Ex: lateritos, calcários).

Rochas metamórficas: Se originam pela transformação de outras rochas, através da ação de elevadas temperaturas e pressões. Exemplos: gnaisses, mármores e quartizitos.



Eras geológicas:
A origem da Terra se deu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos e, através do estudo dos fósseis e rochas da crosta, foi possível desvendar o processo de evolução do planeta e subdividir sua cronologia em eras geológicas.
Arqueozóica: Formação da crosta terrestre (escudos cristalinos) - 4 bilhões de anos.

Proterozóica: Intensa atividade vulcânica (origem dos depósitos de minerais metálicos) – 2,5 bilhões de anos.

Paleozóica: Soterramento de florestas (jazidas de carvão mineral) – 545 milhões de anos.

Mesozóica: Sedimentação dos fundos marinhos (jazidas de petróleo) – 248 milhões de anos.

Cenozóica: Terciário: origem dos dobramentos modernos – 65 milhões de anos
Quartenário: glaciações / continentes e oceanos adquiriram seus contornos atuais / origem do Homem – 1,8 milhões de anos.


Deriva Continental.
Atualmente, acredita-se que a crosta terrestre seja compartimentada por falhas e fraturas profundas em Placas Tectônicas, que estão assentadas sobre o manto. Assim, as altas temperaturas e pressões do interior da Terra provocam o movimento do magma. Esse movimento é chamado de convecção, referindo-se a um deslocamento muito lento do magma que, ao ser aquecido em regiões inferiores do manto, provoca uma diferença de densidade entre o material aquecido mais leve e o circundante mais frio e pesado. Esse processo levaria ao movimento das placas tectônicas que se dá em seus limites. Assim temos como limites entre placas tectônicas:

Limites Divergentes: As placas afastam-se umas das outras, formando uma nova crosta oceânica. Ex: dorsais meso-oceânicas.

Limites Convergentes: Ocorre a chamada subducção, onde a colisão entre as placas provoca um intenso magmatismo, com a placa mais densa mergulhando sob a outra.

Limites Conservativos: As placas tectônicas deslizam lateralmente uma em relação às outras, formando fraturas denominadas Falhas transformantes.


Estrutura geológica do Brasil.
O conhecimento da estrutura geológica do Brasil permite que possamos conhecer melhor a estrutura de seu relevo. Essa estrutura é caracterizada por três tipos de terrenos:

Escudos Cristalinos: São os terrenos de formação mais antiga, perfazendo 36% do território. Aqueles formados durante a era arqueozóica ocupam 32% do território. Neles encontramos rochas como granitos e elevações como a Serra do Mar. Já nos terrenos da era proterozóica, que perfazem 4% da superfície, encontramos jazidas de minerais metálicos (principalmente ferro e manganês) encontrados, por exemplo, na Serra dos Carajás – PA.

Bacias Sedimentares: São áreas de formação recente que ocupam 58% do território brasileiro. Nesses terrenos encontramos as jazidas carboníferas (Região Sul) do período paleozóico, os depósitos petrolíferos do litoral brasileiro do período mesozóico e as regiões de planície do período cenozóico.

Terrenos vulcânicos: Durante a era mesozóica houve um período de intenso vulcanismo. No Brasil, principalmente as áreas da Bacia do Paraná, ocorreram intensos derrames atingindo uma área de um milhão de metros quadrados e originando rochas como o basalto e o diabásio. Nessas áreas formaram-se um dos solos mais férteis do país: a “terra rocha”.

Agentes do relevo.
Os agentes naturais transformadores do relevo podem ser classificados em dois grandes grupos:

1) Agentes da dinâmica interna – são aqueles que formam o relevo, tendo sua origem nas altas temperaturas e pressões do interior do planeta.

Tectonismo: Causado pela movimentação das placas tectônicas. Tem como efeito dois tipos de processos – os dobramentos, que atingem rochas plásticas como as sedimentares, e os falhamentos, que atingem rochas rígidas como as de formação cristalina.

Vulcanismo: Ocorre quando há o extravasamento de magma do interior da crosta terrestre para a superfície pela ação da forte pressão. Assim, após o resfriamento das lavas originam-se rochas vulcânicas na forma de montanhas e enormes depósitos rochosos nos continentes e assoalhos oceânicos.

Abalos sísmicos: Podem ser na forma de terremotos ou maremotos. São tremores causados pelo tectonismo ou vulcanismo no interior do planeta e que afetam a superfície.



2) Agentes da dinâmica externa: São aqueles que modelam o relevo, ligados principalmente à ação do clima.

Águas: Dado por erosão, transporte e acumulação originados pela ação de águas fluviais (rios) e pluviais (chuvas), além do processo de abrasão efetuado pelo mar.

Dinâmica glacial: O processo de desagregação das rochas é intensificado pelo recuo ou avanço das geleiras.

Ventos: Atuam principalmente nas áreas áridas e semi-áridas, onde temos a formação de dunas devido ao processo de erosão, transporte e acumulação causados pelo vento.

Intemperismos: Atuam através de mecanismos modificadores das propriedades físicas dos minerais e rochas e de suas características químicas. Estas podem ser degradadas por processos físicos ligados a ação da temperatura e pressão (intemperismo físico) ou químicos resultantes da ação da umidade (intemperismo químico). Também há ação de organismos vivos ou de matéria orgânica que resultam em intemperismos físico-biológicos (ex: ação de raízes) ou químico-biológicos (ex: secreções de animais, bactérias, etc.).


A ação do homem. Além dos agentes acima descritos, outro fator de alteração do relevo é ação do homem. Assim, a derrubada de matas em áreas serranas ou de declives, em áreas aplainadas, as queimadas, o uso inadequado do solo (como a utilização intensiva de máquinas agrícolas e o cultivos em declives, além da ocupação de áreas serranas para moradia), aceleram os processos erosivos, intensificando o transporte de sedimentos para as áreas mais baixas, acelerando o processo de assoreamento dos rios. Dessa forma temos uma maior incidência de enchentes, deslizamentos de terra, de erosões, etc.



O relevo brasileiro.
Considerando a estrutura geológica do território brasileiro há o predomínio de formações sedimentares e vulcânicas recentes em 64% da superfície. Esses terrenos estão sobrepostos aos de origem cristalina antiga que afloram nos restantes 36% do território. Assim, com base nesta estrutura sedimentar o relevo brasileiro apresenta o predomínio de baixas e médias altitudes. Como nosso relevo não sofreu alterações por movimentos orogênicos do período Terciário (responsáveis pela aparição dos dobramentos modernos, como a cordilheira dos Andes e os Alpes europeus), sua estrutura apresenta três formas principais: os planaltos, as depressões e as planícies. Há o predomínio de planaltos e depressões de origem cristalina ou sedimentar (95% do território) sobre as planícies de origem sedimentar (que ocupam 5% da superfície). As áreas mais acidentadas, como as escarpas e serras, ocorrem nas bordas dos planaltos.


Classificação do relevo.
Três classificações:

1) Aroldo de Azevedo (1940)
Critério: nível altimétrico
Classificação: Planaltos: superfícies aplainadas que superam os 200 metros. / Planícies: superfícies aplainadas com altitudes inferiores a 200 metros.
Divisão em oito unidades: 4 planaltos (59%) e 4 planícies (41%).

2) Aziz Ab’Saber (1950)
Critério: tipos de alteração predominante no relevo, erosão ou sedimentação.
Classificação: Planaltos: superfícies aplainadas com o predomínio do processo erosivo sobre o sedimentar. / Planícies: superfícies aplainadas com o predomínio do processo sedimentar sobre o erosivo.
Divisão em dez unidades: 7 planaltos (75%) e 3 planícies (25%).

3) Jurandyr Ross (1995)
Mais recente classificação, baseada no levantamento da superfície realizado pelos radares do projeto RADAM.
Critério: processos de erosão/sedimentação, nível altimétrico, base geológica e estrutural do terreno.
Classificação: Planaltos: superfícies irregulares com altitudes superiores a 300 metros, que têm origem nos processos erosivos sobre rochas cristalinas ou sedimentares. / Depressões: superfícies planas com inclinação suave e altitude entre 100 e 500 metros, que têm como origem o prolongado processo erosivo sobre rochas cristalinas e sedimentares. / Planícies: superfícies extremamente planas que têm origem no acúmulo recente de sedimentos fluviais, marinhos ou lacustres.


Fonte: http://www.geografiaparatodos.com.br/img/mapas/BRASIL%20-%20RELEVO.gif



Relevo paranaense.
No geral, o relevo paranaense apresenta como estruturas básicas terrenos arenito-basálticos (Planalto Meridional Brasileiro) e terrenos cristalinos (paralelos ao Oceano Atlântico). Sua classificação segundo Maack:
1) Litoral:
Planície litorânea.
Extensão: 98 quilômetros.
Altitude: inferior a 200 metros.
Origem: Falhamento de um antigo planalto no final da era mesozóica.
Região de menor altitude do Paraná.

2) Serra do Mar:
Complexo cristalino brasileiro (granitos e gnaisses do Arqueozóico / Mesozóico).
Diversos conjuntos de montanhas (Serra do Mar / Serra da Graciosa / Serra do Marumbi)
Ponto mais elevado do Estado: Pico do Paraná – 1992 metros de altitude.

3) Primeiro Planalto Paranaense (Planalto de Curitiba):
Localização: Junto à Serra do Mar, estendendo-se para oeste até a Escarpa Devoniana (Serra do Puruña).
Terras altas (até 800 metros) com formações cristalinas.
Origem: processos erosivos que rebaixaram terrenos muito antigos. (Pré-cambriano).
Em eras geológicas mais recentes houve a deposição de sedimentos em algumas áreas.

4) Segundo Planalto Paranaense (Planalto de Ponta Grossa ou Depressão Periférica):
Localização: Campos Gerais, com limites a leste na Escarpa Devoniana e a oeste na Escarpa Esperança.
Origem: terrenos sedimentares antigos (Paleozóica), com a presença de arenitos das formações Vila Velha e Furnas e folhelhos da formação Ponta Grossa. Além disso, algumas áreas apresentam rochas ígneas intrusivas.
Ocorrência de canyons formados pelo rio Tibagi.


5) Terceiro Planalto Paranaense (Planalto de Guarapuava):
· Localização: Oeste da Escarpa Esperança, ocupando 2/3 da área do Paraná.
· Origem: Vasto derrame de rochas eruptivas (basaltos e diabásios) e deposição de arenitos (Botucatu e Caiuá) durante a era mesozóica.
· Conta com numerosas serras (Apucarana, Laranjinha, Dourados, Cantu, Capanema, Fartura).

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

VAMOS ESTUDAR AS FORMAS DA TERRA